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COPOM: Nova alta da Selic e mudança de tom

 

O Comitê de Política Monetária (Copom), em reunião realizada na última quarta-feira (16/06/2021), decidiu, por unanimidade, subir novamente em 0,75 p.p. a taxa básica de juros da economia brasileira (taxa Selic), cumprindo com a sinalização da reunião anterior.

 

Segundo o Banco Central, no cenário externo, estímulos fiscais e monetários têm garantido a recuperação robusta da economia, mas a ociosidade ainda presente sugere que os estímulos deverão permanecer por um longo período. Entretanto, a discussão sobre os possíveis riscos inflacionários podem ter repercussões negativas sobre as economias emergentes. No cenário interno, a recuperação da atividade econômica, apesar do agravamento da pandemia durante a segunda onda, mostra-se consistente. Associado a isso, a pressão inflacionária, mais persistente do que o esperado, sobretudo em bens industriais, a lentidão da normalização das condições de oferta e a resiliência da demanda, bem como o agravamento do cenário hídrico pressionam a inflação no curto prazo.

 

Na avaliação do comitê, considerando o balanço de risco, o cenário básico indica que a normalização dos juros para o patamar de juros neutro seria o adequado para evitar que choques temporários possam ser disseminados na economia. Com isso, o COPOM abandona a proposição de ajuste parcial de comentários anteriores. O comitê sinalizou novo aumento de 0,75 p.p. na próxima reunião, mas deixou claro que num cenário de maior deterioração das expectativas poderão exigir uma redução mais acentuada dos estímulos monetários, isto é, aumentos maiores na Selic.

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